Quente.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


     O frio bate a porta, e antes que Paulo decida abrir ou não, o visitante invade sem mais cerimônias e com autoridade domina o recinto, chega com força congelando os pés, mostrando a fragilidade do ser autossuficiente. Cada medo que ele se esforçava para esconder de si mesmo estava exposto sobre a ténue e charmosa luz da lua, acompanhada obviamente de uma gélida e desconfortável brisa. 
    
    O medo de ser quem se é, de não se reconhecer ao olhar alheio e enxergar claramente que a culpa que confortavelmente era repousada em outros na verdade vinha apenas de seus atos, impensados e autossuficientes atos... E que o frio volte... Mas que não traga medo e apenas reacenda o desejo de calor pra lhe confortar.